domingo, 4 de setembro de 2011

ANIMÊ> SERIAL EXPERIMENT LAIN EPS. 101

Serial Experiments: Lain
Diretor> Ryutaro Nakamura
História> Chiaki Konaka
#1 "Weird"
Exibido> 06 de Julho de 1998

Opinião> Estranho e curioso! Acho que estes são os melhores adjetivos para qualificar este primeiro episódio da série Serial Experiments Lain. O ritmo é lento, nada comparável ao que é comercialmente veiculado; eu o classificaria como um animê "cult-pop-filosófico", se é que vocês me entendem.

Lain é uma garota timida, retraída ao extremo, que não tem muita ligações afetivas sociais ou fraternais. Sem parâmetros, e em uma fase tão delicada que é adolescência, é perceptível sua falta de objetivos. As coisas começam a mudar à sua volta depois do suicídio de uma colega de colégio, porém, não demora muito e algumas pessoas começam a receber um e-mail da garota, afirmando que nao morreu, só que está em outro lugar, e Lain é uma das pessoas privilegiadas que passam a se comunicar com "a outra dimensão". Inicialmente, o resumo pode levar qualquer um a achar que estamos falando de uma trama com fantasmas, o que não é. SEL procura abordar as relações sociais no mundo pós-moderno e seus efeitos. Com o advento do computador e da internet, todos estão interligados; mas no cotidiano, estamos cada vez mais distantes, mergulhados na nossa própria realidade. Outro ponto abordado pelo animê é sobre o que julgamos real; além da realidade virtual, que está adentrando a vida de Lain, temos a realidade social, familiar e pessoal, uma bagunça de mascaras sociais que não torna as pessoas loucas por justamente elas nao estarem atentas ao que realmente ocorre ao seu redor. E quando Lain liga o computador, fica impressionada com a "pergunta da Esfinge": Quem é você? E após uma leitura de voz, a máquina, mesmo liberando sua entrada, coloca, sutilmente, em dúvida quem realmente está à sua frente -"Você parece ser mesmo Lain".

Há várias outras metáforas em apenas trinta minutos de episódio:o fato de Lain começar a ter problemas visuais, onde mensagens subliminares se sobrepoem à sua "realidade" e o detalhe de, em casa, ela está sempre "disfarçada" de urso de pelúcia, demonstrando um medo visível de encarar as mudanças que estão ocorrendo na sua vida apegando-se ao símbolo maior da sua infância inocente, justamente "vestindo" uma nova pele, para esconder seu novo "eu".

E após tanta auto-análise, em um mergulho cada vez mais profundo na sua persona, Lain é a única a se colocar no lugar da garota que "sofreu" o acidente nas trilhas do metrô. Ou seja, da garota "autista" do início do episódio, terminamos com uma Lain mais conectada à sua realidade, a ponto de se colocar no lugar de outra pessoa. Mas quem disse que o mundo que vivemos é real, principalmente quando um "fantasma" diz que Deus está com ela em outra dimensão?! Será que além da solidão física, Lain descobrirá que está sozinha metafisicamente falando? Quem sabe teremos a resposta nos próximos capítulos.

No final, foi inevitável não lembrar de Matrix, mas sem a pancadaria e os efeitos especiais. Ou seja, ficou só a filosofia. E isso, até agora, npara mim não é um problema. 

Momento WTF> Depois de um contato de quinto grau com o espírito, ou algo parecido, da suicida, Lain decide pedir um computador turbinado para o pai maluco. @_@


SINAL VERDE