domingo, 4 de setembro de 2011

ANIMÊ> SERIAL EXPERIMENT LAIN EPS. 101

Serial Experiments: Lain
Diretor> Ryutaro Nakamura
História> Chiaki Konaka
#1 "Weird"
Exibido> 06 de Julho de 1998

Opinião> Estranho e curioso! Acho que estes são os melhores adjetivos para qualificar este primeiro episódio da série Serial Experiments Lain. O ritmo é lento, nada comparável ao que é comercialmente veiculado; eu o classificaria como um animê "cult-pop-filosófico", se é que vocês me entendem.

Lain é uma garota timida, retraída ao extremo, que não tem muita ligações afetivas sociais ou fraternais. Sem parâmetros, e em uma fase tão delicada que é adolescência, é perceptível sua falta de objetivos. As coisas começam a mudar à sua volta depois do suicídio de uma colega de colégio, porém, não demora muito e algumas pessoas começam a receber um e-mail da garota, afirmando que nao morreu, só que está em outro lugar, e Lain é uma das pessoas privilegiadas que passam a se comunicar com "a outra dimensão". Inicialmente, o resumo pode levar qualquer um a achar que estamos falando de uma trama com fantasmas, o que não é. SEL procura abordar as relações sociais no mundo pós-moderno e seus efeitos. Com o advento do computador e da internet, todos estão interligados; mas no cotidiano, estamos cada vez mais distantes, mergulhados na nossa própria realidade. Outro ponto abordado pelo animê é sobre o que julgamos real; além da realidade virtual, que está adentrando a vida de Lain, temos a realidade social, familiar e pessoal, uma bagunça de mascaras sociais que não torna as pessoas loucas por justamente elas nao estarem atentas ao que realmente ocorre ao seu redor. E quando Lain liga o computador, fica impressionada com a "pergunta da Esfinge": Quem é você? E após uma leitura de voz, a máquina, mesmo liberando sua entrada, coloca, sutilmente, em dúvida quem realmente está à sua frente -"Você parece ser mesmo Lain".

Há várias outras metáforas em apenas trinta minutos de episódio:o fato de Lain começar a ter problemas visuais, onde mensagens subliminares se sobrepoem à sua "realidade" e o detalhe de, em casa, ela está sempre "disfarçada" de urso de pelúcia, demonstrando um medo visível de encarar as mudanças que estão ocorrendo na sua vida apegando-se ao símbolo maior da sua infância inocente, justamente "vestindo" uma nova pele, para esconder seu novo "eu".

E após tanta auto-análise, em um mergulho cada vez mais profundo na sua persona, Lain é a única a se colocar no lugar da garota que "sofreu" o acidente nas trilhas do metrô. Ou seja, da garota "autista" do início do episódio, terminamos com uma Lain mais conectada à sua realidade, a ponto de se colocar no lugar de outra pessoa. Mas quem disse que o mundo que vivemos é real, principalmente quando um "fantasma" diz que Deus está com ela em outra dimensão?! Será que além da solidão física, Lain descobrirá que está sozinha metafisicamente falando? Quem sabe teremos a resposta nos próximos capítulos.

No final, foi inevitável não lembrar de Matrix, mas sem a pancadaria e os efeitos especiais. Ou seja, ficou só a filosofia. E isso, até agora, npara mim não é um problema. 

Momento WTF> Depois de um contato de quinto grau com o espírito, ou algo parecido, da suicida, Lain decide pedir um computador turbinado para o pai maluco. @_@


SINAL VERDE

terça-feira, 5 de julho de 2011

FILME> AS VIRGENS SUICIDAS (The Virgin Suicides)

Direção> Sofia Coppola
Roteiro> Jeffrey Eugenides (Romance) & Sofia Coppola
Elenco> Kirsten Dusnt, Kathleen Turner, James Woods, Josh Hartnett
Páis/Ano de Produção> EUA/1999
Produção> American Zoetrope
Distribuidor> Paramount
Lançamento nos EUA> 23 de Abril de 2000
Lançamento no Brasil> 12 de Maio de 2011
Duração> 97 minutos
Orçamento> 6 milhões
Bilheteria Acumulada> 10 milhões

Opinião> Na primeira cena do filme As Virgens Suicidas a câmera passeia por uma rua comum a qualquer cidade dos EUA.  Belas casas, com jardins bem cuidados e árvores frondosas na frente – uma representação banal do modelo familiar americano. Há uma tranquilidade presente no cenário, uma paz constante onde todos são interpretes desta felicidade idílica. A câmera para diante de uma das casas, não é qualquer uma, nela reside os Lisbons. E, como o título sugere e o narrador informa logo no início da trama, foram ali que as irmãs Lux (Kirsten Dusnt), Mary (A.J. Cook), Cecilia (Hanna Hall), Therese (Leslie Hayman) e Bonnie Lisbon (Chelsea Swain) tiraram a própria vida em menos de um ano. Em tanta perfeição, vislumbraremos suas rachaduras.

Apaixonado pelas vizinhas da frente, Tim (Jonathan Tucker) tenta, junto com um grupo de amigos, decifrar o grande mistério por trás da trágica morte das garotas. Onde foi que tudo começou? Por que elas fizeram isso? Existem culpados? Mas, como toda tragédia, existem mais perguntas do que respostas. Sofia Coppola além de inserir uma aura de mistério em torno dos Lisbons, também parece querer pincelar tudo com toques de uma tragédia grega. As irmãs quando surgem, passeiam languidas e etéreas, ninfas aquém do mundo e dos simples mortais que a cercam. É fácil entender e logo compartilhar da fixação dos jovens pelas meninas, as adolescentes são filmadas com um mistério nos gestos, nos sorrisos acompanhados de um olhar que parecem não fixar em nada e sim trespassar.  Há uma sensualidade natural e ingênua permeando suas personalidades intrigantes. São seres incomuns para a época, crianças adentrando à força o bosque escuro e desconhecido dos adultos. Infelizmente, os pais não enxergam isso, percebem que mudanças estão ocorrendo, mas no exterior, o perigo está fora, então é melhor manter todos seguros dentro dos muros do lar. Inconscientes que a mudança real é interior, de dentro para fora. Em uma metáfora, seria como a virgem da caverna e o dragão fosse à mesma pessoa. A virgem se sacrifica para o monstro, devorada por ele, não deixa de existir, mas simplesmente faz parte dele. Os cavaleiros, que seriam os pais, pensam estar guerreando contra o mal, defendendo os fracos, quando, sem saber, não está defendendo as filhas do mal e sim guerreando contra elas.

As Virgens Suicidas é um retrato amargo de uma juventude sufocada por escolhas que não são suas. Como a história se passa na década de 70, o adolescente é um personagem novo na composição familiar; o que ele pensa, o que quer ainda é uma novidade, e por essa invisibilidade não são ouvidos. Antes, só tinham que seguir os sonhos e planos dos pais, modelos prontos para serem copiados. A depressão ainda não é uma palavra corrente, e muito menos reconhecida pela sociedade. Assim, Sofia Coppola praticamente cria uma ode a esta doença que permeia não só aos jovens, mais adultos, velhos e até crianças no século XXI. E tudo em As Virgens Suicidas é melancólico, é poético, é sensual porque a juventude remete a tudo isso, Ícaros prontos para queimar suas asas em desobediência aos pais, com o único objetivo a liberdade e os sonhos, o desejo de fugir a regra, buscar a plenitude de ser único. 

Este foi o primeiro filme da americana Sofia Coppola, antes disso carregou por um longo tempo o peso das críticas negativas por sua participação como atriz no filme O Poderoso Chefão III (The Godfather: Part III), em 1990. E ser filha de um dos mais importantes diretores de Hollywood criou uma grande rejeição a sua primeira incursão importante à frente das telas, justificando sua presença em uma produção tão importante mais por nepotismo do que talento. Mas, por esses acasos do destino, se não fosse este contratempo talvez nunca conhecêssemos a verdadeira Sofia, que, quando atrás das câmeras, demonstra segurança e sensibilidade únicas, a ponto de distanciar do estilo de seu pai. 

No seu primeiro filme, Sofia já traz na sua estrutura vários aspectos que seriam freqüentes em sua filmografia: a introspecção, a inércia da vida, a solidão e, o contraponto, a diferença que o outro pode fazer nas vidas dos seus personagens solitários. Como a poesia de Carlos Drummond de Andrade, para Sofia não importa o caminho e sim a pedra que impede o trajeto do andarilho, ele tem a escolha de seguir por algum meio ou parar e desistir. Em As Virgens Suicidas, infelizmente as Lisbons escolhem a última alternativa. Nota> 10


 TRAILER> AS VIRGENS SUICIDAS

quarta-feira, 1 de junho de 2011

ARTIGO> O CONCEITO DE REVISTA EM QUADRINHOS E LITERATURA: PORQUE PERSISTEM AS DIFERÊNÇAS - 1º PARTE

Recentemente escrevi este artigo sobre quadrinhos para a faculdade. Como a nota foi boa – só 9.6 :p – resolvi compartilhar com vocês, até para saber opiniões diversas. Vou colocar aos poucos os tópicos para a o post não ficar grande demais e nem enfadonho. Leiam e comentem>>>

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O Conceito de Revista em Quadrinhos e Literatura: Porque persistem as diferenças.

Introdução.
1. Muitos nomes, poucos significados

Comics, mangás, gibis, história em quadrinhos ou, simplesmente, HQs. As denominações são muitas para este formato popular de leitura, mas que trazem implicitamente significados restritivos. Comics e mangá denominam a origem cultural, respectivamente revistas americanas e japonesas, de material publicado nacionalmente. Gibi e história em quadrinhos, termos nacionais, ganharam um apelo mais popular e tornaram-se os títulos designativos de qualquer narrativa que tivesse como características a ação dos personagens em esboços, balões de diálogos e direcionados ao público infantil. Infelizmente, essa limitação ideológica no Brasil não colaborou com o desenvolvimento desta peculiar forma de arte, a exemplo de outros cenários, como o europeu e o americano. As barreiras que separam este tipo de literatura com a já difundida culturalmente – do comum formato dos livros – tornam perceptíveis os preconceitos existentes com a 9º arte*, impedindo um foco mais amplo, em âmbito social e escolar, para uma visão literária.

Na última década observamos, felizmente, a aceitação crescente dos quadrinhos nas salas de aula. Pedagogos e educadores chegaram à conclusão que as HQs são um ótimo meio para desenvolver a leitura na infância. Mas, um caminho longo para mudanças de pensamento foi percorrido, como demonstra Vergueiro,

“Essa inegável popularidade, no entanto, talvez tenha sido também responsável por uma espécie de “desconfiança” quanto aos efeitos que elas poderiam provocar em seus leitores. Por representarem um meio de comunicação de vasto consumo e com conteúdo, até os dias de hoje, majoritariamente direcionado às crianças e jovens, as HQs cedo se tornaram objetos de restrição, condenadas por muitos pais e professores no mundo inteiro. De uma maneira geral os adultos tinham dificuldades para acreditar que, por possuírem objetivos essencialmente comerciais, os quadrinhos pudessem contribuir para o aprimoramento cultural e moral de seus jovens leitores.” (2004: 08)

Essa crença, aos poucos vem sendo ultrapassada, promovendo na última década a criação de leias que possibilitaram a entrada dos quadrinhos nas escolas e bibliotecas.

“Mais recentemente, em muitos países, os próprios órgãos oficiais de educação passaram a reconhecer a importância de se inserir as histórias em quadrinhos no currículo escolar, desenvolvendo orientações para isso. É o que aconteceu no Brasil, por exemplo, onde o emprego das histórias em quadrinhos já é reconhecido pela LDB e pelo PCN.” (Vergueiro, 2004: 17)


Se por mimetismo a leis estrangeiras ou por iniciativas próprias para a adoção dessa literatura nas salas de aula, o ato foi positivo. No entanto, é notório que há uma necessidade de preparação dos profissionais da área sobre o universo dos quadrinhos. Notícias diversas pelo país dão exemplos da falta de preparo de professores e pedagogos para trabalharem este material em sala além do limite de objetos alfabetizadores para as séries iniciais.


Dois casos graves reacenderam os debates e demonstraram claramente pontos francos não só referente ao conhecimento sobre HQs, mas também sobre o que esses profissionais da educação tomam por literatura. O primeiro foi o recolhimento das obras O Jogador, Um Contrato com Deus e O Nome do Jogo, do desenhista e escritor Will Eisner das bibliotecas dos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, em 2009, pelas respectivas Secretarias de Educação. Os livros foram considerados inadequados por conter citações, neste caso seria melhor usar o termo imagens, que evocam pedofilia e violência doméstica em suas páginas. O outro fato que chamou a atenção foi o recolhimento da coletânea nacional Dez na Área, Um na Banheira e Nenhum no Gol, de Waldomiro Vergueiro. Considerada de “muito mau gosto” pelo então governador de São Paulo José Serra, os 1.216 exemplares foram recolhidos das escolas municipais a qual foram destinados.

A “demonização” do gênero é gritante. Tanto pela ignorância discursiva quanto pela falta de entendimento coerente e aprofundado sobre o objeto em questão. As justificativas sobre os casos listados acima levam a outras questões: o que estes profissionais consideram por literatura? Como é observado o leitor-aluno nessa perspectiva do que é ou deixa de ser politicamente correto? 

 (continua>>>)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

TEST-DRIVE> SANCTUARY - EPS. 01


Seriado> Sanctuary – 1º Temporada
Criador> Damien Kindler
Elenco> Amanda Tapping, Robin Dunne, Emilie Ullerup, Ryan Robbins
País / Ano de Produção> EUA/2008
Canal> SyFy
Dia> Segunda, às 23h
1º Temporada> 12 episódios

Opinião> Um detalhe que sempre me incomodou nas duas primeiras temporadas de Sobrenatural era a representação bem definida entre mocinhos e bandidos. Sempre pensava: e se aqueles monstros tivessem suas próprias vidas e dramas com suas  justificadas? Como seria se eles não fossem sempre a representação do mal absoluto para um mocinho extravasar sua sede de justiça? Sanctuary, série do canal pago SyFy, explora muito bem essa vertente.

No enredo, o Dr. Will Zimmerman é chamado pela misteriosa Helen Magnus para fazer parte da sua equipe especial, o Sanctuary For All, que procura proteger e pesquisar monstros e seres sobrenaturais. Completam a equipe a jovem Ashley Magnus, filha de Helen, Henry Foss, responsável pela parte tecnológica e um amigável Pé-Grande. Para mostrar como a série e fora do comum, o primeiro serviço do Dr. Will é capturar uma criança com um apêndice simbiótico que suga cérebros quando está nervoso (bizarro é pouco!!!). Detalhe: o garoto matou três pessoas. Só isso seria motivo para os irmãos Winchester descerem chumbo, em Sanctuary não, neste caso os vilões seriam Dean e Sam.

Sem rostos conhecidos ou grandes efeitos, Sanctuary é melhor do que muita série exibida no Prime Time por aí, mesmo com suas limitações. O curioso é que a ideia surgiu primeiro na internet, com websódios disponíveis no canal. Com o sucesso, desenvolveram o universo para a produção de uma série e hoje Sanctuary já está na sua quarta temporada.

SINAL VERDE

TRAILER> O SANTUÁRIO (Sanctuary)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FILME> O HOSPEDEIRO (Gwoemul, 2006)

  

Direção> Joon-ho Bong
Roteiro> Joon-ho Bong & Won-jun Ha
Elenco> Kang-ho Song, Hie-bong Byeon, Hae-il Park
País / Ano de Produção> Coréia do Sul / 2006
Produção> Showbox
Distribuidora> Pandora Filmes
Duração> 119 minutos
Lançamento na Coréia do Sul> 27 de Julho de 2006
Estréia nos EUA> 09 de Março de 2007
Lançamento no Brasil> 18 de Maio de 2007
Orçamento> 11 milhões
Bilheteria Acumulada> 87 milhões

Sinopse> Na beira do rio Han moram Hie-bong (Byeon Hie-bong) e sua família, donos de uma barraca de comida no parque. Seu filho mais velho, Kang-du (Song Kang-ho), tem 40 anos, mas é um tanto imaturo. A filha do meio é arqueira do time olímpico coreano e o filho mais novo está desempregado. Todos cuidam da menina Hyun-seo (Ko Ah-sung), filha de Kang-du, cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Um dia surge um monstro no rio, causando terror nas margens e levando com ele a neta de Hie-bong. É quando, em busca da menina, os membros da família decidem enfrentar o monstro.

Opinião> O Hospedeiro teve grande repercussão no seu país de origem, Coréia do Sul. Com um custo de 10 milhões de dólares (valor pífio diante de um lixo como ALIEN VS. PREDADOR) chamou a atenção ao passar pelo Festival de Cannes em 2006, e desde então arrebatou vários prêmios, como o de Melhor Diretor para Bong Joon-ho no último FANTASPORTO. Isso prova como um filme de monstro pode ser levado a sério, envolvendo temas como sistema político nacional e internacional, dramas familiares, e a ultra-batida interferência humana na natureza. Isso tudo levando em consideração um aspecto primordial na história: o elenco. A família Park, com seus exageros cômicos, tornam o filme uma diversão a parte, ou seja, nada de ficar esperando o mostrengo aparecer para roubar a cena, o interesse se fixa tanto na busca pela pequena Hyun-seo, quanto no drama vivido por ela em seu cativeiro.


Já o monstro é um achado de criatividade da WETA, empresa responsável pelos efeitos do SENHOR DOS ANÉIS. Independente de ser uma criação gráfica, é sensível o profissionalismo dos envolvidos ao inserir características peculiares, tornando verossímel a evolução de um bagre para... "aquilo". Uma prova de que "criar" não ficou só na parte técnica: em uma das melhores cenas o "girino gigante" revida um ataque por pura raiva, como qualquer outro animal selvagem faria ao perceber que está sendo ameaçado.



Os vilões do filme – não, não é o monstro – os americanos, são rechaçados a todo o momento. É descarada a antipatia dos produtores pelos EUA; isso fica explícito principalmente na interferência estrangeira (a velha sutileza americana conhecida), por que uma das vítimas é um americano - o que gera todo um contra-ataque. Se Hollywood decidir refilmar a história é perigoso o bicho vir do espaço, só para eliminar a causa do problema. 


O Hospedeiro não é só um fantástico suspense, mas também um bom drama, ficção-científica e, pasmem, comédia. Tudo isso na dose certa, como só uma cultura já acostumada com robôs gigantes e adolescentes defendendo o planeta poderiam criar. Estão produzindo uma continuação com previsão de estréia para 2009 e, ao contrário das notícias que recebemos das sequencias sem fim das produções ocidentais, não fico assustado com a notícia. Do mesmo modo que temos pré-estabelecidos que continuações sejam ruins é por que não vimos o outro lado da "moeda", e nisso, os coreanos, devem se sair melhores que os americanos. 

Curiosidades>
  • O evento descrito no começo de O Hospedeiro é baseado em um fato real. Em fevereiro de 2000, uma instalação militar dos EUA situada no centro de Seul, um militar chamado McFarland despejou produto tóxico pelo sistema de esgoto que conduzia ao rio Han, mesmo com a objeção de um funcionário coreano. O governo coreano tentou processar o Sr. McFarland na corte nacional mas as forças armadas dos EUA recusaram a custódia dele ao sistema legal sul coreano. Mais tarde, um juiz coreano condenou o Sr. McFarland "in absentia". O povo coreano ficou irritado por causa da inabilidade da lei em seu próprio solo. Em 2005, quase cinco anos após o incidente original, Sr. McFarland foi finalmente julgado e considerado culpado em uma corte sul coreana. Entretanto, nunca pagou a pena de prisão real. Nenhuma observação de uma criatura mutante foi relatada no rio de Han até então;
  • A cena onde Nam-il chuta Gang-du no funeral foi improvisada;
  • Os criadores dos efeitos especiais utilizaram barris de metais para fazer o efeito do monstro pulando na água;
  • O diretor Joon-ho Bong apelidou o monstro de Steve Buscemi por causa da sua interppretação no filme Fargo (1996);
  • O diretor criou todo os movimentos da criatura e comparou este trabalho ao de dirigir um ator;
TRAILER > O HOSPEDEIRO (THE HOST)

terça-feira, 17 de maio de 2011

TEST-DRIVE> THE GATES - EPS. 01


Criadores> Richard Hatem, Grant Scharbo
Elenco> Rhona Mitra, Frank Grillo, Marisol Nichols
Páis/Ano de Produção> EUA/2010
Canal> ABC
Estréia nos EUA> 20 de Junho 2010
1º Temporada> 13 episódios

Opinião> O plot de The Gates, seriado de vida curta do canal ABC, inclui lobisomens, bruxas e, como não poderia faltar, depois de vampiros caipiras, adolescentes e aqueles com purpurina, temos agora os suburbanos.

O início do piloto é interessante: Claire (Rhona Mitra), aparentemente uma típica dona de casa, está levando sua filha para o ponto de ônibus da escola. Ela se distrai um pouco, a criança corre para rua e... isto mesmo, é quase atropelada. Passado o susto, criança sã e salva indo para o colégio, a housewife convida o motorista que quase matou sua filha para dentro de casa. Lá dentro, conversa vai, cantada vem, Claire vê que o cara está sangrando muito, motivo que a deixa “acesa” o bastante para atacar o homem literalmente, já que a bela dona de casa é uma vampira muito da faminta. Esta cena que inicia o episódio, com ela drenando o cara, é a coisa mais legal do episódio e a única.

Em seguida somos apresentados aos personagens mais chatos da série - inclua aí boa parte do elenco - e que guiarão toda a trama: os Monahan, uma família de humanos que vai bagunçar a vida de todos no condomínio. Nick Monahan, o patriarca, é o novo chefe de segurança do local e sua primeira investigação recai no desaparecimento do motorista que serviu de aperitivo no início. Essa é a parte adulta da série, existe a ala “malhação” representada pelos filhos do casal Monahan: Dana e Travis. O último tem um flerte com uma garota em ritmo the flash - aquele que você olha e já ta morrendo e matando por amor - e logo é perseguido pelo namorado dela, que é um lobisomem – mas não espere grandes coisas, eles estão mais para os “shapeshifters” de True Blood. Mas uma dica para os desavisados, não espere uma sessão de terror aqui, a série do canal ABC parece transferir todo o cenário de Desesperate Housewives para o universo fantástico, ou seja, famílias, independente da “espécie” são um saco: responsabilidades demais e diversão de menos. Aqui ser um “monstro” traz mais dores de cabeça do que mordomias, sem falar na vergonha, já que todos aparentam ser o que não são.

O grande problema da série é a falta de conexão não só do telespectador com a história, mas também entre o elenco, que soa forçado e artificial. Os únicos que eu achei mais à vontade e que acabou gerando interesse é o relacionamento doentio entre Claire e Dylan Radcliff, e só.

Fora uma pequena curiosidade de como tudo vai se amarrar com tanto monstro dando uma de suburbano emergente, o resto não atrai muito, do núcleo humano ao dos seres fantásticos. Com poucos atrativos, o interesse para ver como tudo vai se desenrolar é quase nulo.

SINAL AMARELO

TRAILER> THE GATES

sábado, 14 de maio de 2011

FILME> LIGAÇÃO PERDIDA (Chakushin Ari, 2003)



Direção> Takashi Miike (Ichi - The Killer)
Roteiro> Baseado no romance de Yasushi Akimoto
Elenco> Yumi (Kou shibasaki), Hiroshi (Shin'ichi Tsutsumi), Natsumi (Kazue Fukiishi)
País / Ano de Produção> Japão / 2003
Estúdio> Kadokawa
Distribuidora> Alpha Filmes
Estréia no Japão> 03 de Novembro de 2003
Estréia nos EUA> 22 de Abril de 2005
Lançamento no Brasil> -:-
Orçamento> -:-
Bilheteria Acumulada> -:-

Sinopse> Ao atender seu celular, uma adolescente ouve um grito aterrorizante cuja voz ela reconhece. Nervosa, ela vai ver quem ligou e descobre que a mensagem vem do seu próprio celular, com data de três dias adiante. Inexplicavelmente, ela encontra uma morte horrível, na data e hora da chamada. A partir daí, outras pessoas começas a receber estas chamadas e o pânico se instala. Uma jovem que também recebe o telefonema resolve descobrir o que está por trás disso tudo e a verdade é muito mais aterrorizante do que se possa imaginar. Dirgido pelo mestre do horror Takashi Miike, Ligação Perdida já tem status de cult pelo mundo inteiro e chega agora ao Brasil onde certamente manterá um lugar de destaque nas produções do gênero.

Opinião> Se os EUA disseminaram as histórias de casas assombradas, o Oriente está criando outra maldição: os objetos assombrados. Temos de tudo, desde perucas a violoncelos amaldiçoados. Em Ligação Perdida temos um objeto mais popular: o celular. 
Baseado em um romance de Yasushi Akimoto, Ligação perdida foi lançado em 2003 e seu sucesso propiciou duas continuações, uma em 2005 outra em 2006 respectivamente, e uma série para TV de 10 episódios exibidas em 2005.
O diferencial deste filme é o seu diretor, Takashi Miiki, uma espécie de Quentin Tarantino oriental, só que mais extremo nas suas criações - então imagina as idéias visuais do japa. Em Ligação Perdida ele está mais contido, mas isso não o impediu de criar cenas violentíssimas dos ataques paranormais. Com uma cadência mais lenta e sem qualquer artifício sonoro – durante 112 minutos a única música é do toque do celular – o filme se torna, além de um bom suspense, uma experiência interessante onde muito se sugere e pouco se mostra, tudo a favor de criar um cenário adequado e crível para a maldição acontecer. Se você já está acostumado com o ritmo de videoclip e os sustos sonoros dos filmes americanos, passe longe deste aqui, mas se tiver atrás daquele algo mais, recomendo. 

TRAILER> LIGAÇÃO PERDIDA

FILME> CONVERSANDO COM OS MORTOS (Solstice, 2007)


"A verdade não pode ser enterrada"

Direção> Daniel Myrick (A Bruxa de Blair)
Roteiro> Daniel Myrick & Martin Musatov
Elenco> Elisabeth Harnois, Shawn Ashmore, Amanda Seyfried
País/Ano de Produção> EUA/2007
Produção> End Game Entertainment
Distribuidor> Imagem Filmes
Lançamento nos EUA> 01 de Janeiro de 2008
Lançamento no Brasil> -:-
Duração> 87 minutos
Orçamento> -:-
Bilheteria Acumulada> -:-

Sinopse: Menos de um ano após a morte de sua irmã, Megan e seus colegas de faculdade fazem uma última viagem a casa de seus pais em Louisiana. Quando um bonito jovem local lhes conta sobre o feitiço do solstício de verão - a época mais fácil para que os mortos se comuniquem com os vivos - o grupo tenta ressuscitar o espírito da irmã de Megan - mas acaba tendo conseqüências mortais.

Opinião> Conversando com os Mortos é leeeeeento, muito lento. À primeira vista a produção é boa, o que neste caso se torna um defeito. Depois de vinte minutos de filme com tantos adolescentes bonitos, tomadas da paisagem local e dramas juvenis, a impressão que fica é de estar assistindo a mais um episódio perdido de algum seriado juvenil, por que em contrapartida não há nada de suspense, sangue e mortes (algo que eu esperava pelo tamanho do elenco). O enredo não é de todo previsível, mas limitado, peca-se pela falta de ousadia. Um exemplo é a insistência do roteiro utilizar-se de um único recurso para trazer suspense à trama: um insistente chaveiro de ursinho. Entre as idas e vindas deste pequeno objeto há piadinhas entre amigos, romances mal resolvidos, nostalgia familiar e uma desnecessária contagem regressiva para a chegada do tal Solstício. E quando o bendito do ritual mencionado na sinopse resolve acontecer já estamos perto dos créditos finais. Isso se você não tiver perdido a paciência antes. Conversando com os Mortos tem apuro técnico de produção feita direto para a TV, mas é frio e sem vida, como os mortos que tentam se comunicar com a mocinha. 

TRAILER> CONVERSANDO COM OS MORTOS

FILME> O PÂNTANO (The Marsh, 2006)


"O passado não permanece enterrado"

Direção> Jordan Barker
Roteiro> Michael Stokes
Elenco>Gabriele Anwar, Justin Louis (Jogos Mortais 5), Forest Whitaker, William Cuddy
País/Ano de Produção> Canadá/2006
Produção> Marshville Productions
Distribuidora> Califórnia Filmes
Lançamento nos EUA> 17 de Abril de 2007
Lançamento no Brasil> 13 de Novembro de 2007
Orçamento> 9 milhões
Bilheteria Acumulada> -:-

Sinopse> Claire Holloway é uma bem-sucedida escritora de livros infantis, mas os personagens e histórias pueris que escreve não se refletem em seus sonhos. Pelo contrário: acometida por recorrentes pesadelos envolvendo mortes violentas, ela sente que seu subconsciente anda bagunçando as fronteiras entre a realidade e a fantasia. Assim, ela terá de resolver seus tantos fantasmas se não quiser sucumbir a um surto psicótico.

Opinião> A Globo criou um modelo interessante de denominarmos os filmes: temos aqueles que passam no TELA QUENTE - com os campões de bilheterias -, os da SESSÃO DA TARDE - depois da regularização do conteúdo de acordo com os horários se tornou mais "família"e os do SUPERCINE - dramas ou suspenses, geralmente, de gosto duvidoso, com o adendo de ter uma função altamente soporífera. O PÂNTANO se encaixa nesta última modalidade, se você está com sono, pronto é só começar a assistir-lo que é "tiro e queda". E não se preocupe, por mais que você durma, com certeza você vai acordar uma vez lá na metade do filme e outra nos últimos cinco minutos finais, e ainda assim irá entender a história do mesmo jeito.

Com certeza você já assistiu O PÂNTANO, a velha história do fantasma que quer descanso infernizando a vida dos outros. Além de cair no “lugar comum” de casas assombradas, o filme tem uma história mal desenvolvida. Os personagens ao mesmo tempo que gritam por causa de uma sombra, parecem encarar tudo normalmente quando estão vivenciando uma verdadeiro fenômeno paranormal. Claro que a protagonista vai dar uma de investigadora, enquanto pessoas são mortas dos modos mais bizarros. Mas sua curiosidade está acima de qualquer ameaça, já que sua sanidade depende da resolução do mistério.
Pistas falsas, personagens estranhos e lá se vão mais de 45 minutos de filme pra acontecer algo de interessante; e ainda temos que aguentar aquela mania americana de querer nos assustar com uma trilha sonora altíssima em vez de competência.

Gabrielle Anwar interpreta a escritora de livros infantis às voltas com os fantasmas da sua nova casa.  Para quem não se lembra, a francesa estrelou o segundo remake de Invasores de Corpos. Belíssima, aqui nem isso é aproveitado. Suas expressões são tão limitadas que não há diferenças suas demonstrações de medo ou curiosidade, a única coisa perceptível era a indiferença, até os fantasmas tem mais diálogos e presença que ela. Forest Whitaker (O Ultimo Rei da Escócia) devia estar fazendo algum favor para um amigo, só assim para explicar sua medíocre interpretação. Sua participação consiste em botar a história nos eixos, ou seja, explicar o que está acontecendo pra todo mundo: para o telespectador, para os personagens e para o diretor também, que parece ter esquecido que estava filmando um filme de terror.

O PANTANO não assusta, não emociona (estamos falando de um filme de espíritos no Supercine) e nem causa calafrios. Se você tiver a sorte de dormir durante o desenvolvimento da história, talvez ache o filme bom. Azar daqueles que sofrem de insônia... 

TRAILER> O PÂNTANO